Espaço do Fã

O espaço do fã dessa semana vai para a nossa ganhadora da promoção em parceria com o SP Mania !!!
Luany.... Parabéns !!!


Bumps in the heart

O som do meu salto de quase quinze centímetro era o único som audível quando eu finalmente virei o corredor que me levaria até a grande e visível escada, a qual todos contemplariam a incansável uma semana que eu passei me preparando para minha tão esperada festa de 17 anos, que selaria mais um fim do ano escolar para assim desfrutarmos das nossas férias.
No topo da escada, já era possível escutar as batidas da música absurdamente alta que tocava no salão apinhados de convidados e quando estes notaram minha presença no topo da vasta escada, murmúrios e exclamações se fizeram presente no local.
Eu sempre sonhei com minha festa de 17 anos, que seria o meu ultimo ano antes de ter que começar com todo aquele papo de responsabilidade e etc, e havia passado os últimos meses preparando aquela festa para que não houvesse uma só pessoa a falar mal dela. E ali estavam todas as pessoas presentes, amigos ou não todos contemplariam a luxuria da minha festa.
Mas por algum motivo o sorriso que eu tanto achei que estamparia meus lábios ao chegar no topo da escada e notar a aprovação presente em cada rosto no salão, não se fez presente.

Flashback
Meus olhos se prendiam em um ponto fixo, como se nada mais naquele quarto ou mundo fossem mais importante do que a foto em minhas mãos e uma lagrima silenciosa anunciava que minha maquiagem deveria ser refeita enquanto eu apertava a mulher presente na foto contra o meu peito.
Caroline Austen exibia um sorriso espontâneo e um olhar vivo na foto. Meu Deus como eu sentia falta da minha mãe. Havia perdido-a muito cedo, tão cedo que nem ao menos pude conhecê-la, mas isso não mudava a minha admiração por ela. Por ela que morreu por mim, para que eu viesse ao mundo. Mesmo sabendo que seria uma gravidez de risco, devido a um problema sério de pressão que ela tinha não desistiu de mim e nem mesmo toda a juventude de uma mulher de 25 anos fez com que o destino fosse outro. E esta com toda certeza fora a minha maior perda até hoje.
-Ei... Vejam só quem está aqui! – Jeff, meu melhor amigo estava parado na porta entreaberta do meu quarto e parecia me observar a algum tempo. – Posso entrar?
-Claro babe. – Sorri indo de encontro ao careca mil vezes mais alto que eu. Envolvi meus braços no seu pescoço sabendo que era aquilo que eu precisava naquele momento: um amigo.
Jeff era aquele tipo de amigo para todas as horas. Conhecia-o desde que me entendia por gente, afinal ele era filho de um dos melhores amigos do meu pai e morava praticamente ao lado da minha casa, o que permitia que nós não nus desgrudássemos. Nunca havia rolado nada além de amizade entre eu e ele, não havia nada além do que uma amizade verdadeira, e talvez uma das únicas que eu tivesse. Nunca olhei para o Jeff com outros olhos, mais um estranho sentimento de proteção se fazia presente cada vez que ele estava por perto.
-Você está linda, Sophie – Jeff se afastou para assim pegar em minha mão e me fazer dar uma volta. – Extremamente perfeita, do jeito que você queria, uh? – escondi meu rosto com as mãos, mostrando a língua em seguida.
-Estou nervosa, Jeeeeef! – admiti – Muito nervosa. Já tem muita gente lá em baixo?
-Bem, mais de cem pessoas se encontram na sua sala aguardando você descer para a festa começar de verdade. – Disse, ao se aproximar e me olhar nos olhos. – Acho que é hora de você descer, nanica.
-Cala a boca, idiota! E vamos logo então! – Uma ultima olhada no espelho me certificou que a escolha do curto vestido roxo estava em perfeita sincronia com um belo colar que um dia fora da minha mãe. Eu queria, tinha e seria a melhor ali.
Caminhei apressada com Jeff ao meu lado, e algo me dizia que estava faltando algo...
-Espera! – Parei, fazendo com Jeff fizesse o mesmo. – Babe, você viu meu pai lá em baixo? – Perguntei já indo em direção a porta do quarto do mesmo.
-Hm, não. Lá embaixo ele não esta, nanica. Talvez esteja se arrumando no quarto.
Resposta errada. O quarto de Damen estava vazio como de costume. E era sempre assim... Damen Austen era um dos advogados mais bem sucedidos  da região era muito raro ele está em casa, ou ao menos notar minha existência. Eu o lembrava a mamãe, e creio que este era o motivo para ele me evitar tanto. Mas ele sabia da minha festa, sabia a importância da sua presença uma vez que eu não tinha ali uma mãe que suprisse o seu lugar. E o pior de tudo, ele sabia o quanto me magoaria se ele não estivesse presente em mais um aniversário.
Me encostei na porta, imaginando mentalmente onde poderia estar o meu pai e notando o meu desapontamento logo Jeff estava ao meu lado acariciando a lateral do meu rosto quando fomos surpreendidos por Chuck – meu motorista particular que era quase um irmão para mim.
-Sophie, Jeff. – Ele se aproximou e não pareceu  sem graça com a presença de Jeff, afinal, ele já estava acostumado. – Desculpe interromper, eu tenho um recado para você.
-Oi Chuck, tudo bem? – Jeff disse apertando a mão do maior.
-Chuck, não está interrompendo nada. – Sorri, ou pelo menos tentei. – Então, um recado? O que foi?
Estendeu um bilhete juntamente com uma caixinha para mim, a qual eu peguei com mais pressa que o necessário.
Notei Chuck sair silencioso e Jeff  dizer algo como “espero você lá em baixo, afinal você deve querer descer sozinha.”
Sophie, minha lindinha infelizmente eu tinha uma reunião importante.– Não, não não!-  Depois recompenso você querida. Aproveite sua festa de 18 anos. – Perai, ‘tá de brincadeira não é mesmo? Diga que sim! Eu me recusava a acreditar que meu pai nem ao menos sabia minha idade. - Feliz aniversário, chego em duas semanas.
Ps: aproveite seu presente. Papai.
Eu já deveria me acostumar, afinal de contas o que deveria ser um pai para mim, morreu junto com a minha mãe. 

Flashback off.
Respirei fundo, piscando inúmeras vezes com a multidão de flash’s que vieram a minha direção me despertando do meu devaneio, e acordando para minha realidade forcei o meu melhor sorriso ao dar o primeiro passo para o degrau de baixo, e assim por diante.
Meu coração cada vez se acelerava mais a medida que eu me aproximava a base da escada onde ele me esperava com um smoking perfeito e um sorriso de tirar o fôlego. Um, dois três e pronto! Ele estendeu sua mão de encontro a minha, me apoiando no último degrau.
Inúmeros flash’s atrapalhariam minha visão se esta não estivesse focada em um par de olhos castanhos que me fitavam de volta sendo um pouco atrapalhado por alguns fios de cabelo que insistiam em cair pela sua testa apontando a todos os lados .
Ele se aproximou, e eu tive vontade de apertar suas bochechas rosadas quando roçou nossos lábios em um gesto de carinho, selando-os em seguida.
-Você está linda. – David deslizava seus lábios pelo meu pescoço, causando-me inúmeros arrepios. Havíamos fugido para um canto na primeira oportunidade e ele ali comigo era a única razão para o primeiro sorriso espontâneo que brotara em meus lábios desde quando a festa havia começado. – Extremamente linda!
-Amor... – deslizei meus braços envolvendo-os ao redor do seu pescoço e exagerei na voz manhosa – para! – fiz bico, encarando sua expressão de riso – Você é quem está lindo neste smoking, uh?
- Eu tinha que estar a altura da rainha da festa, não acha? – David disse, guiando-me para o lugar o posto onde estávamos. De início eu não entendi bem o que ele queria, mais ao me deixar ao pé da escada e se dirigir a um homem alto que comandava o som.
Voltou com um sorriso largo nos lábios como se estivesse orgulhoso de si mesmo, e antes que eu pudesse recusar ou hesitar, David segurou firme minha cintura guiando-me para o meio do salão.
-Amor, eu... – David depositou um de seus dedos nos meus lábios, calando-me antes mesmo que eu pronunciasse algo.
-Shiiiu. - Sorriu, e os primeiros acordes da música preencheram o ambiente.

(n/a: Coloque a música) courrier - betwen
David me puxou pela cintura, colando nossos corpos enquanto segurava firme uma das minhas mãos. Olhava fixamente em meus olhos enquanto iniciava um  leve balançar ritmado, descompassado e lento.
Can we ever get rid of the whats and the ifs
That doubts that exist in our minds

As pessoas pareceram se afastar, dando-nos total liberdade ao centro do grande salão, enquanto David guiava nossos corpos a medida que a canção se iniciava. Ele me conduzia com perfeição, nossos corpos quase colados, enquanto nossas respirações se misturavam, devido à curta distância que existia entre seu rosto e o meu. E assim nós ficamos, a medida que uma imensa alegria tomava conta de mim enquanto meu corpo era guiado de um lado a outro no vasto salão.
In the silence i am tricked into thinking you'll forget
And i'll be stranded like a man in a mine

-Está gostando da festa, senhorita Austen? – David disse com um quê a mais de malícia em sua voz, enquanto apertava –ainda mais se possível- meu corpo no seu.
-Sim, Desrosiers – Respondi a altura apertando um pouco seu cabelo na altura da sua nuca. Aproximei nossos lábios selando-os por breves segundos que pareceram uma eternidade para mim, quando eu mentalmente revivi meus últimos três anos ao lado de David.
The day between the soil and the sky
An emptiness, a void, a heaviness, a sigh,
But i know you will make through alive
Cause you never said goodbye

Havíamos nos conhecido através de Jeff, em uma festa qualquer. É claro que de imediato ele me despertou um grande interesse, já que era o mais bonito e charmoso da festa. David tinha um encanto diferente, o que me fez apaixonar com poucos encontros até um belo dia ele me levar para o mirante da cidade e me pedir em namoro.
Like a city besieged, it was the loneliest thing
Your silence held in cold delay

Sempre fomos o casal perfeito, o casal popular, o casal exemplo. As brigas eram praticamente raras entre nós e vivíamos em uma sincronia de dar inveja a qualquer casal, apesar de que algumas vezes ele agisse de forma estranha, mas isso nunca chegou a nos afetar de qualquer forma.
Apoiei minha cabeça em seu peito, sentindo este descer e subir devido aos nossos movimentos. Fechei meus olhos deixando que David me guiasse por completo, enquanto deixava a melodia preencher meus ouvidos e se encaixar por completo nos meus sentimentos por David e acredito que nos dele por mim.
And i felt faint of heart cause i was caught between
The weight of everything i couldn't say

Girou meu corpo ao redor do seu, logo me puxando de volta fazendo com que meu corpo  chocar-se com o seu. Reprimi um riso, ao escutar um ofego de David inaudível aos outro presentes ali, e passar suas mãos de forma lenta e sensual pela curva da minha cintura.
I don't know, i don't know, i don't know
How to follow, to follow, to follow,
-Eu te amo! – David olhara fixamente nos meus olhos, fazendo-me estremecer tamanha certeza ele impunha naquela frase. – Muito. Você. É. A pessoa. Mais. Especial. Para mim. – Disse, pausadamente roubando-me um selinho a cada parada. – Sorri, correspondendo todos os seus contatos sem quebrar o contato visual.
Cause you and i know i can't go, i can't go
Between the gallows and the gates
-Eu também amo você, meu amor. Não imagina o quanto. – Respirei fundo, deixando que todos os meus sentimentos se aflorassem para que minha frase fosse a mais sincera possível. – E tudo que me falta... Minha mãe, meu pai ausente... Tudo David – pausa – exatamente tudo que me falta... Só você completa.
-Sophie... Eu... – David parecia um tanto chocado com minhas palavras e notei uma certa preocupação. Talvez por eu quase nunca expressar bem o que sentia, e ele mal pode terminar sua frase já que algumas garotas do colégio interromperam nossa dança com palmas e não demorou para elas estarem ao meu lado.
 -Sophie, você está linda, magnífica! – Cindy, uma das garotas insuportáveis que fingia ser minha amiga foi a primeira a vir me cumprimentar, enquanto os últimos acordes da música lenta preenchiam o local, logo sendo substituído por uma música mais animada envolvendo todos em uma dança. – Agora venha, nós – ela apontou para mais umas quatro garotas que eu não ia muito com a cara -com exceção de uma delas,loira, alta e que parecia extremamente sem graça, eu só não sabia o porque-  que estavam próximas a nós e todas com sorrisinhos falsos – temos uma surpresa para você.
Um vídeo? – Ah, não precisavam se incomodar, garotas. – Falei, revirando os olhos quando notei o retro projetor em um canto na sala que apontava para uma parede lisa, a vista de todos ali. Ao lado deste havia um notebook que agora estava sendo comandado por Cindy que não tirava um largo sorriso do rosto.
Senti duas mãos envolverem minha cintura, me abraçando por trás e notando um David entediado atrás de mim.
-Um vídeo? – Ele perguntou, incrédulo. – Mais você nem tem tanta amizade com estas garotas...
- Devem estar querendo me impressionar.
Uma das garotas que acompanhavam Cindy, pegou o microfone pedindo atenção de todos e anunciando que um vídeo em minha homenagem seria passado. Todos viraram na direção da mesma, esperando impacientes como eu o tal vídeo e quando este começou a rodar uma onda comovente me inundou...
Haviam fotos minha desde o meu nascimento até hoje acompanhado por uma das minhas músicas preferidas. Fotos da minha mãe com meu pai, vídeos de alguns micos com danças de escola, havia de tudo!
Risadas daqui e dali o vídeo terminou com uma foto minha e de David no ano passado quando todos fizemos uma viagem juntos a praia. Sorri, ao relembrar momentos tensos e ao mesmo tempo engraçados e quando os créditos começaram a rodar, fui em direção a Cindy para agradecê-la de coração pela pequena homenagem, mais antes que eu pudesse completar o meu segundo passo paralisei no mesmo lugar.
Havia mais coisa naquele vídeo por trás dos créditos e todos pareceram se importar e voltarem ao prestar atenção já que o protagonista deste era David.
No início as coisas não estavam claras, mais a medida que o vídeo rolava pessoas começaram a comentar leves exclamações do que poderia significar aquilo e cada vez minha mente chegava mais próxima do que realmente estava passando ali.
Senti como se o chão estivesse se afundado e eu não sentia mais meus pés. Tive necessidade de soltar o ar que nem ao menos me lembrava de ter prendido ao escutar mais um alto e claro gemido de David, quando este investia com mais voracidade em uma garota ruiva deitada por baixo do seu corpo desnudo e suado.
Não não, NÃO! Não era aquilo que eu estava vendo! Não, não mil vezes não!
A mão firme de David se fez presente no meu braço, e eu não tive outra reação a puxá-lo com tanta força que todos ao meu redor pareceram parar para esperar por minha reação.
-Sophie, me escuta, olha, eu.. Nós, isso nós. Nós precisamos conversar e..
-CALE A BOCA, DESROSIERS! Cale a boca! – O interrompi, sentindo meus pêlos se arrepiarem tamanho o nojo que eu sentia. Eu não queria escutar, eu não queria escutá-lo se atrapalhar com as palavras. Eu não queria estar passando por aquilo, não na frente de todos ali. Algumas lágrimas já se faziam presentes misturando-se com minha maquiagem e borrando a mesma. – Eu não acredito, David. Porque? PORQUE?
-Não é isso, Sophie, NÃO É! – David parecia um pouco desesperado e tentava de todo jeito avançar até a mim, mais foi impedido por Jeff, que ao assistir tudo do outro lado da sala foi até a mim, me puxando de lá sobre os protestos de David que nós seguia.
Todos ali pareciam estáticos demais para falar ou fazer algo, e a ultima coisa que eu vi antes de apagar foi os olhos preocupados da tal garota loira na minha direção, sob o som de uma risada histérica, pertencente a Cindy.
(...)
A claridade me inundou quando tentei abrir meus olhos e quando estes se firmaram tentei voltar a fechá-los já que a luz de uma pequena lanterna apontava diretamente para mim e dois dedos faziam com que estes permanecessem abertos.
Reconheci de imediato o Dr. Tyler, o médico de meia idade da família, e ao lado dele Jeff  parecia impaciente.
-Senhorita Austen, se sente bem? – O Doutor disse, afagando meus cabelos.
-Sim, eu... – Me sentia atordoada quando alguns flash’s inundaram minha mente e eu começava a me lembrar com exatidão de tudo que havia acontecido. – O que houve.. Comigo, eu quero dizer.
- Você teve uma queda de pressão muito forte, e se eu não estou enganado, senhorita... – Arqueou as sobrancelhas, como se reprovasse o que iria dizer – deve ter ficado sem comer por muito tempo, estou certo?
-Eu... – Estava atordoada com suas afirmações e minha cabeça não parava de girar. O aperto em meu peito ficava cada vez mais forte e eu não estava nem um pouco afim de levar um sermão agora. – Desculpe Doutor, eu quero ficar sozinha...
Tyler e Jeff trocaram um olhar por um bom tempo e alguns minutos depois o Doutor assentiu, recomendando que eu deveria comer algo leve e fazer repouso e que qualquer coisa ele deveria ser informado, e então saiu me deixando sozinha com Jeff  que me encarava preocupado.
Desviei meus olhos dele e me virei de lado abraçando minhas pernas e me encolhendo mais em minha cama, sentindo meu coração falhar algumas vezes quando sem sucesso eu tentava conter algumas lágrimas.
Logo, os braços de Jeff afagavam de leve meu braço me transmitindo o maior apoio possível em silêncio.
-Babe? – Tentei dizer, mas minhas voz parecia não obedecer o meu comando. – Babe? – Tentei outra vez, obtendo um pouco mais de sucesso e logo maior deu a volta na cama para assim me encarar. – A festa... Ainda há convidados lá em baixo?
-Hm, não. Depois que você passou mal, Chuck e eu pedimos com gentileza que todos deixassem a casa. – Hesitou. - Todos menos... Menos um, Sophie. Ele insiste em falar com você. Mas eu preferi falar com você antes.
-Obrigada Jeff. Eu.. – As lágrimas insistiam em deslizar pelo meu rosto, e a dificuldade para respirar aumentava cada vez mais. – Não sei como lhe agradecer. – E realmente não sabia. Todo apoio que o maior sempre em dera, e na certa, qualquer outro no lugar dele já estaria em casa rindo de mim como todos os outros convidados deveriam estar agora. – Muitíssimo obrigada. Não sabe como é importante todo esse apoio, e...
-Sophie, não precisa me agradecer e eu sei que você quer ficar sozinha. – Sorriu ao se aproximar e depositar um beijo na minha bochecha. – Eu ficaria aqui, dormiria aqui mas eu conheço você. Entretanto nanica você vai me prometer que qualquer coisa vai me ligar, sim? – Olhou para mim e ao confirmar com a cabeça que eu estava de acordo ele fitou meus olhos para obter certeza que eu estava sendo sincera. E sim, eu estava! – Então eu já vou...
Levantou-se indo em direção a porta e quando chegou na mesma refletiu por alguns segundos.
-Deixo-o entrar, nanica?
– Não Jeff. – Suspirei . - Nem agora e nem nunca.
A porta se fechou, e eu sentia como se o meu coração fizesse o mesmo. Uma discussão pode ser ouvida do meu quarto e eu apertei meus olhos o máximo que pude para tentar aliviar toda dor que sentia.
Não podia ser verdade o que havia acontecido, não era, não era! Eu passara três anos da minha vida com David, afinal de contas eu deveria conhecê-lo, não?
 Parecia que não.
A minha festa havia sido um desastre, todos a esta altura deveriam estar rindo de mim e tudo que eu precisava ali, eu não tinha.
Sob protestos do meu corpo, me levantei indo em direção ao espelho, me aproximei e eu mal me reconhecia. O meu perfeito vestido já não parecia mais tão perfeito assim e a maquiagem que demorou horas para ser feita no melhor salão de Montreal, estava completamente borrada.

Narração 3º pessoa.
Mas nada disso mais importava para a garota sentada na frente do espelho. Nada se encaixava para ela. A não ser o fato de que Sophie Austen, a garota mais popular da escola, filha de Damen Austen – um dos advogados mais bem sucedidos da região – a garota que nunca aceitou perder, ser contestada, e principalmente ser passada para trás, havia encontrado uma nova razão para viver.

Razão pela qual ela estava disposta a mudar tudo que ela costumava a ser com um único propósito: David Desrosiers se arrependeria do que havia lhe feito. Isso, ela podia garantir.
E sem que ela pudesse pensar melhor na decisão que havia tomado, apanhou uma tesoura entre seus dedos, deslizando a mesma pelo seu vestido que tanto apreciava, tornando agora este, pequenos pedaços de tecidos desfeitos pelo seu corpo.
Levantou-se, com um sorriso um tanto sádico nos lábios e se dirigia diretamente para o seu closet tão grande que provavelmente caberia um quarto ali dentro. E lá, a cena do seu lindo vestido sendo desfeito foi repetida em todos os outros ali presentes.
E depois as saias, os shorts, as blusas e calças e em segundos, tudo que restava ali era pedaços de panos cortados por uma garota, que carregava um coração ainda mais destroçado do que suas roupas.

1 comentários:

Luany disse...

OMG! Que demaais.. Obrigada meninas!